domingo, 18 de setembro de 2011

Olá Anna Celina

Uma vez mais,quero agradecer-lhe a oportunidade de ter mergulhado nesse universo gostoso de contar e ouvir histórias.
Já tinha participado de outra oficina sobre contação de histórias mas,confesso (sem desmerecimentos,claro)que a tua, despertou algo a mais em mim...acredito que, por estar ligado muito também a contos populares,à cultura nordestina.
Não sei até que ponto existia ou, estava adormecido em mim,o gosto pela contação de histórias...o fato é, que participar da tua oficina deu-me impulso para querer fazer parte deste universo...Universo que,conta, canta e encanta!!!
Partiu até como estímulo para trabalhar minha timidez...sim,sou tímida!!!! hahahhaahha

Agora,posso (e devo) acreditar que,também posso ser uma contadora de histórias e levar o mundo mágico da imaginação a todos que queiram dele,fazer parte!

Mando as fotos para ti,para que fique guardado o registro de um momento em que tivemos um ouvido curioso....

Sucesso em tuas viagens lúdicas!!!!!


Até a próxima....

Valdênia

De Volta...



Passaram-se dias e noites,ou como costume contar...O tempo passou...Passou...Passou...E?
Estivemos em Campina Grande, dentro da Mostra Ariús de Teatro do Sesc,recepção maravilhosa,evento super bem organizado,povo educado,receptivo e feliz,as apresentações fora ótimas,mas eu não podia deixar de falar da oficina de contação de histórias,que povo era aquele?!!Me senti em casa,muito bom mesmo,me disseram que vão montar um grupo,tô aguardando.
Enfim,deixo umas fotos e um depoimento que recebi .
beijos carinhosos a todos os campinenses...

P.S:As fotos são da Cris e da Valdênia.
beijos n'oceis pessoas amadas

Aqui o depô:

Olá Anna Celina

Uma vez mais,quero agradecer-lhe a oportunidade de ter mergulhado nesse universo gostoso de contar e ouvir histórias.
Já tinha participado de outra oficina sobre contação de histórias mas,confesso (sem desmerecimentos,claro)que a tua, despertou algo a mais em mim...acredito que, por estar ligado muito também a contos populares,à cultura nordestina.
Não sei até que ponto existia ou, estava adormecido em mim,o gosto pela contação de histórias...o fato é, que participar da tua oficina deu-me impulso para querer fazer parte deste universo...Universo que,conta, canta e encanta!!!
Partiu até como estímulo para trabalhar minha timidez...sim,sou tímida!!!! hahahhaahha

Agora,posso (e devo) acreditar que,também posso ser uma contadora de histórias e levar o mundo mágico da imaginação a todos que queiram dele,fazer parte!

Mando as fotos para ti,para que fique guardado o registro de um momento em que tivemos um ouvido curioso....

Sucesso em tuas viagens lúdicas!!!!!


Até a próxima....

Valdênia

sábado, 9 de abril de 2011

Boa leitura...

Talvez estejamos precisando a prender a escutar mais...Aprendamos pois,com Rubem Alves.Bom Fim de Semana



Escutatória Rubem Alves

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.

Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro:
Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.

É preciso também que haja silêncio dentro da alma.

Daí a dificuldade:

A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...

Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.

Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...

E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.

No fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.
Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala.

Há um longo, longo silêncio.

Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...

Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas.

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.

Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...

Pensamentos que ele julgava essenciais.
São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza.

Na verdade, não ouvi o que você falou.

Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.

Falo como se você não tivesse falado.

Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.

É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.

E, assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência...

E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.

Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...

Que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.

Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.





Oficina de Contação de Histórias

Segunda-feira,11/04/2011,estaremos iniciando a Oficina de Contação de Histórias,Brinquedos de Palavras,em Montanhas.
Onde:Sindicato dos Trabalhadores Rurais
Horário:de 19 as 22hs.
Apareçam....

sábado, 20 de novembro de 2010

ÉRAMOS QUANTOS MESMO?????????

O ponto de Cultura CASCUDO :Canta Lá que eu Conto Cá ,através da TROTAMUNDOS Cia de Artes,iniciou um processo de formação com o grupo de teatro Éramos Cinco,da cidade de Montanhas,a intenção é a partir de registros feitos pelo ponto , de contos populares,se montar um espetáculo que utilize as várias possibilidades da contação de histórias.O Projeto terá continuidade em Janeiro de 2011,com uma imersão no universo do teatro popular e da oralidade.
Esse processo é um desdobramento do projeto original do ponto que tem como objetivo registrar marcas da oralidade potiguar,é uma fusão com a pesquisa estética-cênica da TROTAMUNDOS,que há dez anos visita a Contação de histórias como uma possibilidade de nova dramaturgia.
Sejam Bem Vindos meninos das Montanhas...Venham com sua verve,com sua paixão e com sua disposição...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cine Queimadas...

O Cine Queimadas,funciona em Montanhas a 95 Km de Natal,projeto criado pela TROTAMUNDOS Cia. de Artes,através do Ponto de Cultura CASCUDO:Canta Lá que Eu Conto Cá em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Montanhas,teve início em Julho deste ano e de lá pra cá tem atraído muitos espectadores as sessões que acontecem sempre as quartas -feiras no auditório do Sindicato,pontualmente as 19 horas.Recentemente,em Outubro,iniciamos também as sessões infantis que ainda está no início,mas que promete o mesmo sucesso que as sessões das quartas.
Além do Cine ,o Ponto de Cultura está desenvolvendo uma oficina de teatro com grupos da cidade,na perspectiva de formar e qualificar jovens e adultos que já desenvolvem alguns projetos na área de teatro,oe responsáveis por essa atividade são Beto Vieira e Anna Celina,as oficinas também acontecem no auditório do Sindicato.

sábado, 23 de outubro de 2010

Compartilhando Histórias...

Essa história me chegou as mãos através da sua autora a jornalista e mãe Betânia Monteiro, uma singela e emocionante declaração de amor...Boa Leitura...

Cada casa é um caso

– Mãe, que dia é hoje? – pergunta Brunna, ainda sob o cortinado.

– O da casa da vovó.

– O das bonecas grandes, da televisão, dos desenhos animados, do feijão gostoso e da pracinha... – completa a menina. E se vai.

Depois da escola, na casa da vovó, Brunna se diverte até chegarem juntos o sono e o sonho. A mesma pergunta desenlaça o dia.

– Mas que dia é hoje, vó?

– Quarta, Brunninha.

– Quarta da casa de quem?

– Quarta do papai.

– Ah... das mordidinhas nos meus pés, das coceguinhas no pescoço e também da Educação Física na escola! – lembra animada.

Na casa do pai, depois da escola, Brunna se despede do dia recebendo beijinhos e afagos. De olhos fechados, brinca de estar em todos os lugares, até que o sono chega e a leva para viver os sonhos. Ele também, o sono, uma hora se despede:

– Até a próxima noite, ou quem sabe até depois do almoço... – e some.

– Mas não sei em que lugar eu vou estar! – responde Brunna, já muito acordada para quem quer falar ao sono.

A menina, ainda assustada, olha para os lados, tentando reconhecer o quarto.

– O som da manhã é sempre igual aqui com o papai – pensa. E sorri. – Acho que hoje é o dia da casa da mamãe, não é, papai?

– Sim, Brunninha, e também de abraços apertados, joguinhos, e de muitas histórias, responde o pai aproximando-se do quarto.

– Sim, é sim! E é também o dia da fruta lá na escola!

Depois do almoço na casa da mamãe, ainda na cadeira da cozinha, sente o sono chegar. Ele pega em suas mãos e a leva para brincar.

– Você me achou! – fala, com surpresa.

E o sono explica:

– Mas vamos brincar só um pouco, para não gastarmos o tempo da noite.

– Sono, responda-me. Como você pode me encontrar? Estou sempre numa cama diferente, e às vezes numa cadeira. Minhas camisolas nem se parecem. Como você sabe que eu sou eu?

O sono fica leve e responde:

– Reconheço você em qualquer lugar. Casas, camas, brinquedos, companhias diferentes. Isto é o que menos importa. Quando os seus olhos curiosos ficam distantes, pesados, escapa um sorrisinho cansado... Aí eu digo, “Brunna, vamos brincar!”

As últimas palavras do sono despertam Brunna, não mais na cadeira. Na cama, em seu quarto. Olha em volta, vê uma porção de livros e histórias diferentes.

– Cada livro tem um conto, cada casa tem um canto – fala Brunna, brincando com as palavras.

A mãe, que vinha chegando, completa:

– Cada menina tem um encanto, não importa o lugar.